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Foto do escritorCláudia Rolim

Dê um Cravo. Não faça guerra

Atualizado: 10 de out. de 2022

O ano é 2022 e o mundo vivencia as notícias da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Incontáveis mortes, violação de mulheres, crianças isoladas dos seus pais, civis morrendo, famílias fugindo...Tiros e bombardeios pelas cidades e tudo parece não ter fim. A Guerra é dolorosa no presente, foi no passado e será no futuro. E hoje, dia que Portugal celebra o Dia da Liberdade há um misto de alegria pelo que a data representa e uma tristeza por tudo que os ucranianos estão a passar.


Em 1974 no dia de hoje, 25 de Abril, militares silenciaram seus canhões com cravos. Era uma guerra ? Sim, deveria ser, mas, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos lideraram o movimento que teve início um ano antes e consolidou com uma Revolução sem sangue, a Revolução de 25 de Abril também conhecida como Revolução dos Cravos.


Essa revolução é resultado do movimento político e social que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933,e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.


Segundo se conta, Celeste Caeiro, que trabalhava num restaurante na Rua Braamcamp de Lisboa, iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares que os ofereceram aos soldados. Estes colocaram-nos nos canos das espingardas.


Contextualizando :


No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h55m é transmitida a canção “E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 00h20m, quando a canção “Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de “E Depois do Adeus”, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, “Grândola, Vila Morena” fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo.


O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe.


À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.

(Fonte: Wikipédia)


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